Ponencia

IMPACTOS DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL SOBRE A SAÚDE MENTAL DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO NO CONTEXTO DA COVID-19

Parte del Simposio:

SP.21: Experiencias educativas y escolares de jóvenes en contextos de desigualdad social. Debates y reflexiones desde la investigación antropológica

Ponentes

Marina Barbatovci-Oliveira

Universidade Federal de Santa Catarina

Breno Rodrigo de Oliveira Alencar

Instituto Federal do Pará

Brasil

Maria Vitória Egues Brito

Ana Beatriz Miranda Veiga

Em 2020 teve início a pandemia do COVID-19 em que foi necessário aderir ao isolamento social como forma de conter o contágio do vírus SARS-CoV-2. Paralelamente, as instituições educacionais foram fechadas e foi adotado o modelo de Ensino Remoto Emergencial (ERE), em que o ensino foi mediado pelas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). Porém, a falta de planejamento e infraestrutura deste modelo gerou limitações na aprendizagem dos estudantes, que tiveram que se adequar mesmo sem dispositivos apropriados para acesso às aulas. Prensky (2001) ressalta que há uma diferença entre professores e alunos, na qual os alunos são nativos digitais e os professores imigrantes digitais, visto que a geração de alunos cresceu inserida no desenvolvimento digital, e os professores, imigrantes digitais pois conheceram posteriormente as inovações tecnológicas. Portanto, faz-se necessário que o Sistema Educacional formule estratégias que garantam a capacitação de docentes numa sociedade marcada pelo domínio da informação e recursos informacionais (OLIVEIRA, 1997). Em torno desta questão é que o presente trabalho busca evidenciar os impactos da implementação do Ensino Remoto Emergencial – ERE no processo de aprendizagem dos estudantes do Instituto Federal do Pará, campus Belém, no contexto da pandemia COVID-19, através da análise das respostas ao Questionário “Avaliação do Curso” criado e aplicado por estudantes do curso de Desenvolvimento de Sistemas do IFPA campus Belém, com a finalidade de investigar as dificuldades dos discentes em acompanhar o ritmo das aulas remotas. Evidenciou-se consequências significativas para a saúde mental dos discentes, que relatam que a dinâmica do ERE prejudicou o acompanhamento das aulas, devido à falta de preparo da instituição e docentes envolvidos, acarretando queda do desempenho escolar dos discentes. A análise das respostas do formulário, foi feita utilizando os pressupostos da Análise de Conteúdo de Bardin (1977) e a metodologia estatística de Vieira (2012), por meios das quais se constatou que a ausência de subsídios em conjunto com a inadaptação dos docentes ao novo modelo de ensino, causou desgaste emocional nos discentes e consequente diminuição do desempenho educacional, evidenciando falha em alcançar o objetivo do ERE, que era de sanar a perda causada pelo cancelamento das aulas presenciais, prejudicando o aprendizado e gerando uma defasagem na formação educacional. Identificou-se repetição nos relatos dos estudantes acerca da saúde mental ter sido afetada pelo ensino remoto, dos quais 81,3% dos entrevistados confirmam tal condição. Em conjunto com a saúde mental, os estudantes também tiveram seu desempenho escolar afetado (79%) pelo cansaço ao passar horas assistindo aulas remotas, com distrações no ambiente de casa e pela falta de contato direto com os professores para sanar dúvidas a respeito do ensino, prejudicando seu desenvolvimento educacional.