O estudo analisa experiências migratórias de famílias brasileiras para Portugal a partir das políticas destes deslocamentos entre Brasil e Portugal. Deseja-se compreender os olhares do Estado sobre os migrantes em geral e sobre as famílias em particular. Parte-se do argumento de que o desenvolvimento tecnológico nas sociedades contemporâneas pode ser considerado um importante fator para a análise do fenômeno das migrações humanas, uma vez que os processos globalizantes tanto podem intensificar como oferecer novas perspectivas à mobilidade. Atrelada a atual fase do desenvolvimento produtivo, esta mobilidade toma características que, a princípio, podem surgir como novidade, mas que, um olhar aprofundado traz à tona experiências já bastante conhecidas nos estudos sobre emigrantes e migrações envolvendo os dois países. Nesta perspectiva, esta pesquisa se baseia em arquivos etnográficos de um estudo realizado sobre migrações de famílias portuguesas na formação do espaço social do Rio de Janeiro. Para compreender o processo migratório e suas consequências tanto de uma forma generalizante quanto de forma particular optou-se, além da análise na bibliografia recorrente, por um trabalho de campo realizado entre 2017 à 2020, produzido a partir da história oral de cinco mulheres brasileiras residentes em Portugal e observações de campo.