O resumo apresentado faz parte da ação extensiva intitulada “Falas do corredor Carajás: Histórias de vida e resistências”, onde é exposto pontos importantes a cerca de impactos socioambientais e culturais, como por exemplo, os megaprojetos instalados pela Vale, Dnit e pelo governo brasileiro, que afeta diretamente os moradores e moradoras de várias comunidades tradicionais nas regiões Norte e Nordeste, porém nesta ação extensiva irei tratar exclusivamente com comunidades quilombolas dos municípios de Itapecuru Mirim, Anajatuba, Santa Rita e São Luís. Esses municípios citados sofrem com a duplicação da ferrovia Carajás, com os linhões de energia que afasta os peixes dos Igarapés, com a BR- 135, que divide as comunidades ao meio, impossibilitando o contato mais estreito entre amigos e familiares dos membros das comunidades. Foi possível perceber com todos os relatos acerca da vivência dos moradores e moradoras, como laços foram rompidos, tanto com a terra quanto com as tradições religiosas Este projeto de extensão, ao propor o mapeamento e difusão das narrativas referidas aos impactados por megaprojetos no “corredor Carajás”, visa se aproximar dos objetivos de desenvolvimento sustentável. O projeto aborda exclusivamente as tradições orais e seus narradores, daqueles auto definidos “atingidos pela Vale”, e por outros megaprojetos que os atravessam, como as linhas de transmissão de energia, que cortam os campos de Santa Rita e Anajatuba, e pela duplicação da BR-135. As tradições orais podem ser pensadas como meios de comunicação cultural que expressam “modos de vida”. A ferrovia impossibilita que pessoas de outras comunidades estejam presentes em festejos da comunidade vizinha, dessa forma, rompe a tradição de todas as comunidades estarem reunidas para a celebração de um festejo. A relação com a terra, também foi comprometida pelos empreendimentos, como exemplo desse impacto, as comunidades Jaibara dos Rodrigues e Frades já precisam plantar em locais fora de seus territórios, pois muitas terras foram vendidas para fazendeiros. O projeto de pesquisa “Falas do corredor Carajás: Histórias de vida e resistências” está em fase de finalização, o processo de levantamento bibliográfico teve o seu processos de conclusão finalizado. Nesse sentido, trabalhamos com autores e autoras que em suas obras traziam em suas obras reflexões acerca do tema proposto, como Balandier, Bourdieu, Cynthia Carvalho, Malinowski, Foucault, Clifford, Marilyn Strathern, e Geertz. Também utilizei documentários e boletins informativos para a realização do levantamento bibliográfico. Foi realizado um debate do texto de Georges Balandier “A noção de situação colonial”, onde o autor nos faz compreender como a noção colonial se inseriu ao longo do tempo no seio das sociedades colonizadas, Balandier chama atenção para o fato de que a “colonização foi, por vezes, realmente uma cirurgia social” (BALANDIER, 1955, p. 107). O artigo aborda o problema colonial e como ele ainda está enraizado e presente nos dias atuais. Balandier busca introduzir referências africanas à essa discussão. O sociólogo francês traz diversos autores que irão melhor desenvolver a noção colonial, os conflitos entre classes antagônicas e as contradições existentes na sociedade. A entrevista realizada com Zica Pires, moradora da comunidade quilombola Santa Rosa dos Pretos- Itapecuru- Mirim no dia 23 de maio esclarece sobre como as narrativas são contadas, e como até hoje a colonização deixa traços de um processo bruto e violento.