O Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde foi criado em 2011 pela Lei nº 12.512, como parte do Programa Brasil Sem Miséria, com pagamentos de R$300,00. Até sua paralisação em 2017, alcançou cerca de 100 mil famílias em extrema pobreza, principalmente na Amazônia. Sua retomada ocorreu através do Decreto nº11.635/2023 pelo atual governo federal. O objetivo desta comunicação é analisar a experiência do Programa Bolsa Verde no estado do Pará, Brasil, considerando sua implementação em áreas costeiras e marinhas, em particular nas Reservas extrativistas (Resexs) do litoral. O Bolsa Verde foi concebido como uma política pública socioambiental com vistas à conservação dos ecossistemas, a promoção da cidadania, o aumento da renda de populações em situação de extrema pobreza e o fomento da participação em ações de capacitação. No entanto, o desenho e a implementação do programa enfrentaram desafios e peculiaridades relacionados ao ambiente marinho que merecem atenção crítica. A metodologia se baseia em uma revisão bibliográfica do tema, fontes jornalísticas disponíveis em sites oficiais. Analise apontou que, para as bolsistas, o aspecto da transferência de renda se sobrepõe à conservação ambiental prevista no Bolsa verde, destacando o programa como um complemento de renda essencial. A famílias utilizaram os recursos para o atendimento de necessidades básica, como alimentação, medicamentos, educação, pagamento de contas de serviços essenciais e até água potável. Não foram identificadas ações de formação ambiental, social, técnica e profissional associados ao Programa. Embora o Bolsa Verde tenha alcançado resultados positivos em termos de alívio da pobreza, sua implementação enfrentou desafios relacionados ao ambiente costeiro e à falta de consideração das particularidades locais. A falta de ações de formação socioambientais e o desenho do Programa não adaptado às áreas costeiras são áreas de preocupação que devem ser abordadas. Além disso, destacamos a importância de políticas públicas sensíveis ao contexto e à realidade local. O equilíbrio entre a diminuição imediata da pobreza e a promoção de transformações estruturais é um desafio constante para políticas como o Bolsa Verde. Ressaltando a complexidade das políticas socioambientais e a necessidade de avaliação e adaptação contínuas. Em última análise este estudo ressalta a importância de políticas públicas sensíveis ao contexto local e sua interseção com as realidades locais e as necessidades das populações vulneráveis. Portanto, as políticas socioambientais desempenham um papel vital na abordagem das desigualdades e da pobreza, mas seu desenho e implementação precisam ser cuidadosamente considerados.