Mesa Redonda

MR.36: Resistências e (Des)encontros ontológicos em mundos arruinados

Coordinadores

Francisco Araos

Universidad de Los Lagos

Chile

Participantes

Juan Carlos Skewes

Universidad Alberto Hurtado

Brasil

Wladimir Riquelme

Pontificia Universidad Católica de Chile

Chile

Florencia Diestre

Universidad de Los Lagos

Chile

Comentaristas

Emmanuel Duarte Almada

Universidade do Estado de Minas Gerais

Brasil

As relações de/entre humanos, não humanos e mais que humanos têm sofrido alterações ao longo dos séculos, ao mesmo tempo em que nunca foram as mesmas para diferentes coletivos coexistentes no tempo e no espaço. No tempo do Antropoceno ou dos mundos arruinados pela ação humana, essas relações têm-se tornado cada vez mais frágeis, colocando em questão a ordem civilizatória ancorada na separação natureza e cultura. Quais são os processos de violência que informam essas relações? Quais são as estratégias de resistência que foram se constituindo ao longo do tempo e nos vários lugares, entre os vários coletivos, paisagens, dispositivos e sujeitos em relação? Como se constituem e se transformam as alianças e os antagonismos entre esses vários coletivos, dispositivos e sujeitos?

A mesa tem como objetivo discutir as resistências e desencontros que ocorrem entre mundos arruinados. A partir a experiências de pesquisa em diversos territórios de América do Sul: o garimpo de ouro na amazônia brasileira, a criação tradicional de animais na cordilheira dos Andes no Chile, a poluição mineira no litoral do sudeste brasileiro e a retomada do vale da Bocaina por famílias tradicionais em Minas Gerais, a mesa contribuirá à discussão teórica e metodológica para conhecer essas pluralidades ontológicas, que permitam ampliar nossas categorias de entendimento desses processos territoriais e vivenciais em curso.

Esses processos não deixam de evidenciar uma composição que separa contrato social e contrato natural, carregando os marcadores de uma certa humanidade que parece incapaz de romper com processos de acúmulos predatórios, desiguais, coloniais, patriarcais, racistas e antropocêntricos. Por outro lado, eles podem indicar que há coletivos que vivem outras cosmologias, ou até mesmo outros mundos, não constituídos por conceitos antípodas, como os de natureza e cultura.