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Simposio

SP.63: Ações coletivas, estratégias de regulamentação e demandas pelo acesso legal à maconha na América Latina

Coordinadores

Florencia Corbelle

Universidad de Buenos Aires

Argentina

Frederico Policarpo

Universidade Federal Fluminense

Brasil

Rogério Azize

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Brasil

Comentaristas

As demandas pelo acesso legal à maconha/marihuana (Cannabis Sativa L.) vêm crescendo em muitos países. Essas demandas já vinham sendo organizadas desde a década de 1990, em experiências como os clubes canábicos na Espanha e através das Marchas da Maconha, realizadas anualmente em diversas cidades do mundo. No caso da América Latina foi em princípios do século XXI que começaram a surgir diversos coletivos e associações reunindo ativistas, usuários terapêuticos, familiares, pesquisadores, médicos e juristas para pressionar por mudanças nas normativas vigentes e, especificamente, exigir a regulamentação da “cannabis medicinal” ou para todos os seus usos (recreativo, ritual, etc.). O caso mais emblemático é o Uruguai, que em 2013 passou a ser o primeiro país a criar um regulamento para o uso, produção e distribuição desta substância, controlado pelo Estado.
O objetivo deste Simpósio é dar continuidade à discussão destas mudanças, em suas múltiplas manifestações e contextos etnográficos propondo uma reflexão sobre as práticas destes coletivos e associações, bem como os controles que cercam os usos da maconha e o modo em que o tema se manifesta nos veículos de comunicação de massa, documentários, etc. Serão aceitos trabalhos que discutam (a) a organização de associações canábicas e de coletivos de ativistas e cultivadores e suas formas de fazer política e de construir autoridade e legitimidade, (b) as relações que estabelecem com burocracias e agentes estatais; e (c) a performatividade no espaço público e as estratégias de visibilização das demandas pelo acesso legal da maconha, com foco em etnografias de eventos como as Marchas da Maconha, seminários de caráter científico/político/ativista, e o modo em que o tema se manifesta nos veículos de comunicação de massa, documentários, etc; (d) pesquisas que discutam a produção dessas ações coletivas enquanto “movimento social” canábico e/ou antiproibicionista; (e) os efeitos políticos da exigência por reconhecimento dos ativistas como sujeitos políticos e das demandas em projetos de leis e regulamentações estatais; (f) as perspectivas políticas, cosmologias e ontologias das mobilizações “anti-proibicionista” e “proibicionista”; (g) o modo como as práticas destes coletivos são moldadas pelas modalidades de intervenção das agências de controle penal sobre usuários de maconha e ativistas; e (h) mudanças recentes na regulação dos usos industrias e terapêuticos/medicinais da cannabis (modificações nas formas associativas, práticas e dispositivos do ativismo).