Simposio

SP.40: Coleções em Diálogo: práticas colaborativas e devolutivas

Coordinadores

Renata Curcio Valente

Museu Nacional/UFRJ

Brasil

Carla Costa Dias

PPGAV/Escola de Belas Artes/Unversidade Federal do Rio de Janeiro

Brasil

Comentaristas

Manuel Ferreira Lima Filho

Museu Antropológico/ Universidade Federal de Goiás

Brasil

João Pacheco de Oliveira

PPGAS/Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro

Brasil

O cenário internacional contemporâneo dos museus etnográficos apresenta um espaço frutífero para o diálogo sobre revisão de histórias coloniais e sobre formas criativas e inovadoras de co-colecionamento, co-gestão ou trabalhos participativos e colaborativos com coletividades representadas nestas instituições. A digitalização de coleções etnográficas e a intensificação da circulação de imagens e informações sobre coleções etnográficas colaboram para complexificar as possibilidades de acesso e interação entre os povos representados e as equipes de profissionais e especialistas dos museus etnográficos, que vão de contextos locais a dinâmicas internacionais, implicando em diferentes escalas de articulação e de exercício de poder no que se refere às decisões de colecionamento, exibição, gestão e autoria nos museus etnográficos. A mobilização entre os agentes envolvidos e o compartilhamento de experiências são algumas das formas de viabilizar estratégias de atuação neste campo e são desafios que pretendemos enfrentar, sendo estímulo e motivação que nos levaram à organização simpósio sobre o tema.
A definição de trabalhos colaborativos e de participação indígena são expressões já usuais nos museus europeus, a partir do conceito de “museu decolonial” ou de “descolonizar os museus”, sendo, no entanto, poucas as experiências que de fato têm implicado no envolvimento de comunidades indígenas, por exemplo, em processos decisórios de museus estrangeiros, em particular, europeus.
O presente simpósio tem como proposta reunir pesquisas e trabalhos em andamento, que tratam de coleções etnográficas de povos de origem latinoamericana que estão sob a guarda de museus etnográficos na Europa. Propõe-se assim a atualizar e aprofundar o debate a partir de experiências em curso, revisitando as histórias dos povos e de sua relação com suas memórias acionadas por meio das pesquisas sobre coleções, de experiências de artistas indígenas em trabalhos contemporâneos de artivismo, tendo ainda como horizonte o contexto de intensificação de processos de restituição de bens culturais para as comunidades de origem.