Simposio

SP.18: Um olhar socioantropológico sobre os modos de comer e viver na América Latina e no Caribe

Coordinadores

Miguel de Nazaré Brito Picanço

Universidade do vale do Rio dos Sinos/UNISINOS

Brasil

Carlos Dias Junior

Universidade Fedral Do Pará - UFPA

Brasil

Rosana Inés Mieres

Universida Nacional Experimental del Yaracuy/UNEY

Venezuela

Comentaristas

Maria Eunice Marciel

Universidade Federal do Rio Grande do SUL

Brasil

Marcos Flávio Portela Veras

Universidade Evangélica de Goiás/UNIEVANGELICA

Brasil

Compreendemos a comida e o ato de comer como fatos sociais totais, os quais, apesar da importância cultural e complexidade social, tardaram a ocupar lugar de relevância e reconhecimento pelas ciências, particularmente pelas ciências sociais, como a Antropologia.

Apesar de tardiamente, a comida tem se constituído como um campo promissor de pesquisa, conquistando a adesão de antropólogos e outros estudiosos, os quais, desde uma perspectiva socioantropológica e outros olhares compreendem as vivências emaranhadas com a comida e com o ato de comer como práticas que superam dimensões meramente biológicas e nutricionais, afirmando que quando comemos não nos nutrimos apenas de glicídios, lipídios, protídeos; mais que isso, ao comermos “nutrimo-nos” de significados e sentidos que comunicam modos muito particulares de viver e estar no mundo. Por isso utilizamos o termo comida e não alimento para reforçar o traço de sociabilidade proporcionada pela comida em situações coletivas, como a comensalidade.

Nesses termos, compreendemos a comida como uma chave de leitura do mundo e da vida, ocupando lugar fulcral nas culturas Latino-Americanas e Caribenhas . Assim, acreditamos que quando aprendemos sobre uma dada comida ou sobre os modos de comer dos sujeitos que povoam os territórios da América Latina e do Caribe, também estamos conhecendo sobre seus modos de plantar, colher, fazer, degustar e compartilhar a vida. Quando pensamos sobre as particularidades do mundo da comida na América Latina e no Caribe, somos convidados a refletir sobre os espaços, as paisagens, as territorialidades, as cosmovisões e cosmologias desse lugares onde ela (a comida) habita e se faz habitada. Portanto, pretende-se fazer deste simpósio lugar de acolhimento de experiências que falam, contam e comunicam modos de comer e viver, particularmente nos territórios da América Latina e Caribe. Serão muito bem-vindos os trabalhos que versão sobre a comida como lugar de pertencimento e resistência e que estabeleçam diálogos conceituais, teóricos e empíricos entre antropologia e outras abordagens, a saber: com a sociologia, história, com a arqueologia, com a nutrição, etc.