Ponencia

Sim, eu posso! Uma jornada de alfabetização à luz da antropologia e educação

Parte del Simposio:

SP.21: Experiencias educativas y escolares de jóvenes en contextos de desigualdad social. Debates y reflexiones desde la investigación antropológica

Ponentes

Anderson Xavier Tibau Gonçalves

Universidade Federal Fluminense

Ronnie Sattamini

Thaiza Freitas de Senna

A jornada de alfabetização “Sim, eu posso!” é um dos programas de políticas públicas realizado pela prefeitura municipal de Maricá, cidade da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), através da secretaria de economia solidária (ECOSOL) e o Instituto de Ciência e Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM). Com a adoção do programa busca-se enfrentar o problema do analfabetismo entre jovens, adultos e idosos na cidade, como estratégia de educação não escolar. O “Sim, Eu posso!” é um método de alfabetização cubano criado pelo Instituto de Pesquisa Latino-americano e Caribenho (IPLAC) e em mais de 30 países já alfabetizou mais de 11 milhões de pessoas. No Brasil, mais de 100 mil pessoas foram alfabetizadas pelo método. De forma geral, o público é composto por jovens a partir dos 15 anos de idade, mas se estende aos adultos e idosos que também não tiveram oportunidade de aprender a ler e escrever por processo de escolarização formal. A cidade de Maricá esteve envolvida nos diferentes momentos da jornada de alfabetização que implicam na mobilização e busca ativa de educandos e educandas nos territórios, formações continuadas com os educadores e educadoras, articulações nos territórios para encontrar os espaços para as salas aulas, ações oftalmológicas entre outras. Foram sete meses em sala de aula desenvolvendo o método em 150 turmas, compostas por até 15 educandos e educandas. As aulas aconteceram em diversos locais perto da moradia dos educandos e educandas e com condições materiais necessárias, convertidas pelos educadores e educadoras em ambientes alfabetizadores. Nosso texto tem por objetivo levantar e interpretar aspectos da antropologia e educação observados no desenvolvimento do programa na cidade de Maricá a partir do ponto de vista e do relato de experiência de uma educadora e de um educando do programa.