O presente trabalho busca apresentar os efeitos da pandemia da Covid-19 na vida das mulheres, sobretudo mães, chefes de famílias e universitárias que residem no Baixo Parnaíba Maranhense e na Região de Imediações do Delta das Américas. O vírus transformou a realidade social, econômica e emocional dos brasileiros e brasileiras, porém teve uma consequência maior sobre a vida das mulheres, sendo essas as mais afetadas tanto pelo vírus como no aspecto financeiro e emocional; que se viram tendo que escolher entre duas perspectivas: ficar em casa e ver seus filhos passar fome ou quebrar o isolamento social, ficando assim vulneráveis ao vírus SARS-CoV-2 . A pesquisa dividiu-se em dois momentos: dois grupos focais em 2020, e foram realizados mais dois em 2021. Assim, passado um ano do primeiro grupo focal, as informações obtidas tiveram detalhes novos, inseridos em outro tempo e espaço. A coleta de dados ocorreu de forma remota, utilizando como ferramenta metodológica google meet, tendo como relevante a importância das falas dessas mulheres ao descrever as mudanças em seus cotidianos, como o surgimento de emoções, dificuldades e incertezas sobre o futuro, constatando a fragilidade vivenciada pela sociedade brasileira e a insegurança social frente ao presente e ao futuro (KOURYA, 2020). Desse modo, percebeu-se que a desigualdade e vulnerabilidade social com relação a pandemia tem classe, raça e gênero, como pode-se evidenciar nas falas das participantes, visto que o vírus afetou diferentes aspectos de suas vidas, fraturando suas perspectivas sobre o futuro e seus projetos de vida. Sofrimento social, luto, medo da morte, medo de espaços de saúde, levaram a rotinização de termos em seus cotidianos, tais como entubação, presentes em suas falas, demonstrando como a pandemia e o isolamento social transformaram o dia a dia dessas mulheres, que precisaram se reorganizar durante e após o fim da COVID-19, uma vez que muitas são chefes de suas famílias.