Ponencia

Quilombos frente ao Covid-19. Impactos dos megaprojetos diante da pandemia.

Parte del Simposio:

SP.66: Povos indígenas e comunidades tradicionais: desafios da violência em conflitos territoriais e socioambientais no século XXI

Ponentes

Geovana Alves Rocha

Universidade Estadual do Maranhão-UEMA

Os efeitos dos megaprojetos sobre os povos e comunidades tradicionais são diversos: invasão de seus territórios, assoreamento dos rios, limitações ou impedimento do uso dos seus recursos naturais para sobrevivência, deslocamento dos moradores de seus territórios e outros. Essas são questões que nos últimos três anos tiveram como soma a disseminação do Coronavírus (Covid-19) ao redor do mundo e que gera graves consequências para essas comunidades também. Mediante esta perspectiva, este estudo visa fazer uma análise dos efeitos sociais do novo Coronavírus entre os povos e comunidades tradicionais e em particular, o caso das comunidades quilombolas de Santa Rita e Itapecuru Mirim, impactadas pela duplicação da BR-135, a partir de um estudo realizado referente as inciativas oficias que tratam sobre a retomada da obra de duplicação da BR-135 em meio ao período de pandemia, bem como observar as formas pelas quais os quilombolas se articularam quanto a pandemia e a retomada da obra em questão.
A metodologia adotado inicialmente para consolidar este estudo consistiu inicialmente de levantamentos bibliográficos, leitura teórica de textos que dialogam com a situação vivenciada pelas comunidades juntamente com outras situações semelhantes também vivenciadas por povos e comunidades tradicionais Brasil a fora, mais especificamente quilombola, posteriormente foi planejado e realizado trabalho de campo, onde foram obtidos dados através de entrevistas e relatos em reuniões em comunidades quilombolas, estes relatos expressavam o modo como os quilombolas daquela região vivenciavam a chegada da pandemia, a implementação de megaprojetos invadindo o espaço de seus territórios e como buscavam impedir e solucionar ambas as situações para que pudessem garantir seus direitos de permanência no território e a sobrevivência física e de seus modos de vida. Ademais, estes relatos foram inseridos ao trabalho, sendo analisados juntamente e em diálogo com os dados teóricos estudados anteriormente e também após o trabalho de campo, um empenho que visou chegar aos resultados de abertura de discussão referente ao tema e que futuramente possa ser somado na visibilização desses desafios e na busca por soluções.