Tratamos sobre o encontro dos brancos com os povos nativos, sobretudo os Tukano, no Alto Rio Negro, no Noroeste Amazônico. O avanço dos brancos na região ocorreu com forças de várias ordens ao longo de pouco mais de dois séculos, acompanhadas de grande destruição física e cultural povos da região, enquanto conquista e ocupação do território. Buscamos verificar as visões que os estrangeiros tiveram sobre os nativos e como elas permanecem hoje, sobretudo na sociedade e política brasileira, assim como analisamos as maneiras que Tukano perceberam este contato, como consideram o branco e como concebem o seu território. As ideias de território e seu manejo pelos Tukano estão largamente afastadas das ideias de ambiente, ecologia, políticas e discussões sobre a questão socioambiental para a Amazônia e os territórios indígenas. Ao final dizemos que ela envolve uma ‘ecologia’ a partir da ‘casa’, em uma relação dinâmica e de manejo de vários espaços e vidas que a compõe, que isso requer o entendimento de seus próprios processos e hoje uma reconsideração da história, do genocídio, da depopulação dos territórios nativos e uma rediscussão da noção da Amazônia como um deserto em que deve continuar a sua conquistada e exploração, com descaso de suas populações e detrimento de seus recursos naturais à todo custo.