A presença de indígenas nos Programas de Pós-graduação nas universidades brasileiras já é uma realidade com ligeiro crescimento. De acordo com Luciano e Amaral, (2021, p.26), há uma crescente busca da pós-graduação dos indígenas egressos da graduação. Em que pese a crescente procura, percebe-se que não há indicadores claros de políticas para o setor. Na pós-graduação os desafios são maiores, comparados a graduação, porque é um momento pelo qual o estudante precisa expressar-se através da produção monográfica e desenvolver a produção científica com maior rigor/exigências que aquele exigido na graduação. As normativas das Instituições de Ensino superior (IEs) que regulamentam a seleção do ingresso de estudantes raramente favorecem o ingresso de indígenas que, por sua forma de escrita considerada “pouco científica” (por possuir outras temporalidades e metodologias de narrativas), enfrentam o racismo institucional, criando enormes desafios aos povos indígenas. Para Daniel Mato (2019, p.18) o racismo não gera dificuldades apenas aos povos indígenas e afrodescendentes na IEs, “sino que incide en la calidad de la educación que estas brindan, en su papel como formadoras de opinión pública y ciudadanía, y en la calidad de los técnicos y profesionales que forman y de la investigación que realizan”. O tema do racismo é destacado também por Luciano e Amaral (2021, p.26), em especial no que diz respeito à pertença étnica dos estudantes. Segundo os autores, “muitas são as situações de racismo e de discriminação étnico-racial, sejam elas visíveis ou não visíveis, nas salas de aula, nos ambientes acadêmicos de convivência, nas propostas curriculares ou pela própria estrutura administrativo-institucional”. Enfim, é nosso propósito analisar os desafios legais, burocráticos e mais especialmente, os desafios teóricos/metodológicos que os estudantes indígenas enfrentam na pós-graduação. Desse modo, cumpre-nos informar que esse resumo é parte de um projeto de pesquisa em andamento , cujos resultados estão sendo processados.