Ponencia

Políticas de ação afirmativa e interculturais noEnsino Superior: negros e indígenas na universidade brasileira

Parte del Simposio:

SP.59: Transformaciones estructurales e institucionales para generar espacios interculturales en Latinoamérica. Nuevas bases epistémicas y propuestas de acción

Ponentes

Mariana Cunha Pereira

Universidade Federal de Roraima

Brazil (Brasil)

A discussão das Políticas de Ação Afirmativas coloca em pauta no Brasil as formas de classificação racial produzidas tanto no mundo acadêmico quanto na realidade social concreta, e por conseguinte, na relação entre o movimento social negro e o Estado / poder público. As Tipologias Raciais são classificações instituídas na legislação, nos programas de políticas públicas e na produção acadêmica e trazem o debate sobre cor e raça no Brasil. Esta classificação também, se faz presente na história do censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE, que conforme nos diz OLIVEIRA (2019; 1999 ) vai nos apresentando algumas modificações sobre as tipologias raciais e de cores para nomear a diversidade da população brasileira. Portanto, nesta comunicação construo dialogando com a realidade das universidades brasileiras as Políticas de Ação Afirmativa e Interculturais no Ensino Superior, problematizando essas categorias analíticas e classificatórias e, como são demandadas pelos sujeitos sociais da discussão. E, ainda, o que elas traduzem do ponto de vista de uma concepção hegemônica sobre grupos sociais racializados, bem como os conflitos que isto implica. Para tanto, me subsídio de pesquisas de campo do tipo etnográfica, levantamentos de dados junto aos órgãos públicos realizados em Goiás e agora em Roraima, estados brasileiros, sobre negritude e etnicidade. Esses estudos envolvem negros e indígenas em região de fronteira que acessam o ensino superior. Os referenciais teóricos-metodológicos são do campo da Antropologia e segundo os estudos de pesquisadores negros e não-negros que se organizam a partir do Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros/COPENE, bem como a teoria da identidade e etnicidade revisitada por pesquisadores negros que defendem as PAA no Brasil, a exemplo de: Kabinguelê Munanga; Walter Silvério; Sales, Augusto; Petronília da Silva; Nilma Lino Gomes; Frei David; Alex Rattes, só para citar alguns nomes que protagonizaram o debate e nos trazem reflexões pertinentes.