O presente trabalho tem como objetivo analisar de que forma a estética capilar afrorreferenciada se torna um símbolo da identidade negra a partir dos movimentos sociais que discutem sobre a negritude a exemplo movimento Black Power nos EUA, movimento Black Rio no Rio de Janeiro e Centro de Cultura Negra no Maranhão que proporcionaram debates importantes sobre o negro e a sua estética, permitindo assim a construção de uma beleza negra. Além disso, analisa-se como essas discussões em torno do cabelo ocupam espaços nas redes sociais da internet como facebook, instagram, youtube e blog proporcionando uma representatividade nunca vista antes nas mídias convencionais. Isso se deu como contraposição ao padrão eurocentrado que era fortemente representado nos veículos de imagens, como cartazes, novelas e mídias convencionais e era imposto ao negro, o que fez esses movimentos de estetização questionarem e refletiram sobre esses padrões.
O cabelo estilo black power, as tranças, os turbantes, os dreadlocks e os diversos
penteados que compõe a estética capilar afrorreferenciada são considerados por muitos como símbolo da identidade negra. Os movimentos sociais, com ênfase nos movimentos que debatem sobre a negritude, nos espaços não digitais e digitais como as mídias sociais no facebook, instagram, youtube, os blogs, fez com que a pesquisadora questionasse a importância do cabelo do negro e sua representatividade.
Nesse contexto, a pesquisa teve como principal objetivo analisar e observar como a
estética capilar se torna uma ferramenta de afirmação identitária refletindo sobre o processo da construção da identidade e como a estética capilar está inserida nessas discussões. Tem como objetivo também mapear como a simbologia do cabelo se expande ao longo do tempo à medida que os grupos estabelecem relações uns com os outros para promover uma discussão crítica a partir do cabelo e os estigmas que envolve o cabelo crespo/cacheado.
Assim, esta pesquisa propôs entender e analisar como os movimentos sociais negros como o Black Power nos EUA, o Black Rio no Rio de Janeiro e o Centro de Cultura Negra no Maranhão, proporcionaram debates que questionavam o alisamento dos cabelos entre mulheres negras. Além disso, trazer questões sobre o racismo nas diásporas africanas, ressignificando assim o olhar do negro sobre si, construindo novos valores, ideias e significados do cabelo do negro e a ocupação dessas discussões nas mídias digitais a partir dos anos 2000.