Este trabalho tem como eixo o estudo multidisciplinar das categorias e conceitos que versam sobre cuidado. Tal abordagem se impõe com urgência já que no Brasil os resultados da combinação entre divisão racial e divisão sexual do trabalho, que, conformada a partir do empreendimento colonial e de duração perene, apresenta como naturalmente associados raça, trabalho e sexo, tornando mulheres negras e/ou racializadas pedra angular da economia do cuidado no Brasil, conforme nos mostra a ONG Think Olga em levantamento realizado em 2020.
Para tanto, admitiremos as lentes das intelectuais afro brasileiras Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Azoilda L. Trindade que com capacidades multidisciplinares e ênfase na práxis afro referenciada puderam destacar lugares específicos de interação das mulheres negras e suas relações com a organização social do cuidado, considerando saberes populares e medicinas tradicionais como recursos táticos e estratégicos de resistência através das ciências e tecnologias ancestrais do exercício de cuidar.