Ponencia

Itinerários digitais e corporificados: Epistemologias que se cruzam no exercício da multissensorialidade e na produção de grafias

Parte del Simposio:

SP.62: Antropoéticas: As grafias enquanto gesto político, ético e poético.

Ponentes

Marília Teixeira de Melo

Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR

Este trabalho nasce de reflexões a respeito dos corpos dançantes na cidade de Natal/RN, em um cenário em que o isolamento social, devido à COVID-19, como esta influenciou os itinerários culturais da dança contemporânea dessa zona urbana. Assim, nos trabalhos investigativos até aqui tenho apresentado relatos etnográficos sobre eventos, diferentes afetações sentidas e espelhadas no urbano, tanto na cidade, quanto nas vivências experienciadas pela pesquisadora-etnógrafa “em campo”, a partir das relações digitais, da mediação tecnológica e da videodança, que propõem novas configurações e modos de sentir, comunicar, dançar, expressar, localizar, que afetam e dialogam com os conceitos de arte, dança, corpo, tecnologia, cidade e contemporaneidade. Nesta atual proposta, o objetivo é refletir sobre a multisensorialidade por meio de algumas criações em videodanças, construídas no contexto de derivas, itinerários e caminhadas nas paisagens da cidade de Natal/RN (online e offline), a partir de 2022, estabelecendo um diálogo entre as práticas da dança, as concepções de fazer videodança, bem como formas inventivas de apropriações, usos e estratégias metodológicas voltadas à compreensão dos estados e ações do corpo da pesquisadora-intérprete-etnógrafa, bem como de outros corpos de artistas-pesquisadores que se colocam sobre as imagens, por meio do encontro entre diferentes experimentações metodológicas, trocas interdisciplinaridades e campo aberto para compreender o fazer e registrar etnográfico e da videodança como elementos, conceitos de conexão para outras práticas poéticas e políticas. Em que estas apontam para diversas dimensões de corpos em movimentos na urbe, na criação de vínculos e laços com a cidade, com o mundo, que podem ser online e offline, refletindo como esses corpos, em parceria com a câmera, propõe uma relação corpo, tempo, espaço, sonoridade, estética, imagem, movimento, montagens, edições, grafias e produções criativas contemporâneas. É nesse sentido que convido a centrar a atenção para uma vivência que se inicia em derivas, itinerários digitais e corporificados pela cidade de Natal/RN (online e offline), que culminam em produções imagéticas envolvendo experiências, sentidos, sensorialidades, e subjetividades da urbe e dos corpos, ambos em movimentos, que culmina na relação reflexiva entre dança, corpo e cidade, que se delineiam nos encontros, e propõe a ampliação das fronteiras, desde a criação de acervos imagéticos, captura de registros visuais, análise desses materiais, até na compreensão dos impactos dessas produções criativas para as pesquisas antropológicas, artísticas e contemporâneas.