Ponencia

GÊNERO E SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: NOTAS PARA UM DEBATE

Parte del Simposio:

SP.14: Etnografiar la transformación: géneros, patrimonios y rituales en Latinoamérica

Ponentes

Kirla Anderson

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

Ramon Reis

O artigo busca compreender os significados sociais atribuídos às relações de gênero em uma instituição de educação profissional e tecnológica na cidade de Belém (PA). Partimos, com isso, de um olhar antropológico acerca das construções culturais sobre diferenciações e identificações entre feminino e masculino, e que estão ligadas às relações de poder (Lélia Gonzalez, 1984; Joan Scott, 1990; Miriam Grossi, 2003), para observar como as/os jovens falam de suas identidades de gênero e/ou sexualidade e como são tratados na instituição a partir delas. Nesse sentido, realizamos uma revisão bibliográfica sobre gênero, juventude e escola (Regina Novaes, 2007; Juarez Dayrell, 2007; Simone Nonato e Juarez Dayrell, 2021), além de observações, conversas informais, falas de alunas e alunos e depoimentos realizados em evento específico. De modo geral, elas e eles se mostram bastante interessadas/os a participar do debate sobre gênero e diversidade, tendo alguns deles demonstrado leitura mais aprofundada sobre o tema, bem como disseram sofrer LGBTfobia dentro da instituição, o que nos leva a pensar o ambiente como um espaço de tensão e disputa, em que presenças fora de um padrão hegemônico de gênero não sejam bem vindas. Disseram, ainda, reconhecerem-se nas histórias de outros colegas, contribuindo para a construção de redes de apoio entre si. As relações de amizade que se configuram, então, acrescentam um sentido de pertencimento e afeto à vivência escolar. Pelo exposto, reforçamos a importância social de se trabalhar com as questões de gênero em sala de aula e de se refletir sobre o lugar que a sociologia ocupa no currículo da educação profissional e tecnológica.