Ponencia

Dos arranjos temporais do mundo do trabalho ao Projeto de Revitalização do Cais Mauá, leituras e escritas fotográficas

Parte del Simposio:

SP.39: Etnografías de la/en la vida urbana: territorios, espacios públicos y vulnerabilidades sociales

Ponentes

Ana Luiza Carvalho da Rocha

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Brasil

Felipe Rodrigues

UFRGS

O trabalho tem por foco os arquivos fotográficos que retrataram, ao longo do tempo, a paisagem do mundo do trabalho nos/dos antigos trapiches que cercavam o mercado publico de Porto Alegre/RS (atual Terminal Parobé), no esforço refletir acerca dos processos de transformações dos seus territórios a partir das inúmeras tentativas de segregação e expulsão das praticas sociais de trabalhadores urbanos que ali se enraízam. O resultado da pesquisa resulta na criação de uma crônica videofotográfica que recria sobre a região portuária da cidade, através de coleções fotográficas obtidas junto a acervos museais de Porto Alegre, como forma de contribuir para o debate em torno dos conflitos que cercam a memória ambiental que preside o Projeto Cais Mauá, Principalmente tendo em vista que a área em questão que faz parte da seção do porto fluvial de Porto Alegre, no Brasil, e cujas características especiais a moldaram como parte dos Patrimônios Históricos Nacional e Municipal do Brasil, tendo sido palco de diversas práticas (CERTEAU, 1996), servindo como porto de produtos para abastecer o Mercado Público e outros locais da cidade, com o trabalho dos negros no embarque, desembarque e transporte das mercadorias que durou até o aterramento da Doca das Frutas em 1909 e a construção da Praça Parobé em seu lugar. A crônica videofotográfica faz parte do conjunto de coleções etnográficas produzidas para o documentário etnográfico Porto Alegre, 250 anos: memórias do trabalho . As imagens reunidas, categorizadas e classificadas em coleções etnográficas, nos moldes de uma etnografia da duração (ECKERT & ROCHA, 2013), e utilizando o paralaxe, as mudanças de perspectivas e simulando-se os movimentos de câmera, nos permitem, através do estudo da duração retidos pelos diferentes instantes dos registros fotográficos, explicitar os processos transformações urbanas vividos pelo lugar (BACHELARD, 1997)