Este resumo disserta sobre o fenômeno da “cultura do cancelamento”, que é uma forma de ostracismo em que alguém é empurrado para fora dos círculos sociais ou profissionais por sua conduta ofensiva (ALENCAR; RIBEIRO, 2021). O conceito se originou com o movimento #MeToo em 2017, expandindo-se como uma forma de controle moral que deu voz a grupos oprimidos, promovendo ações políticas. A metodologia incluiu: a) leitura, fichamento e resumo de bibliografia de base, especialmente os conceitos definidos por Turner (2013); e b) seleção de cancelamentos de celebridades brasileiras no Twitter entre os anos de 2018 e 2021, investigando suas origens, motivações e consequências. Os resultados preliminares indicam que o X (antigo) Twitter é um ambiente que se assemelha à “communitas” (TURNER, 2013). Nele, pessoas de diferentes origens e crenças podem se unir temporariamente em torno de uma causa específica, como o cancelamento de figuras públicas. O cancelamento é uma forma de ativismo político de subculturas ou classes sociais estigmatizadas, que agem de forma articulada para tornar a iniciativa eficaz. Nesse sentido, o cancelamento no X pode ser visto como um ritual que temporariamente suprime a estrutura hierárquica social, permitindo que grupos unidos pelo sentido de pertencimento recíproco reivindiquem o poder de controlar narrativas e opiniões no ciberespaço. Também se conclui que existem três subcategorias distintas de indivíduos: a) os cancelados; b) os revogados; e c) os incanceláveis.