O Chicago Field Museum of Natural History teve suas orígens na Exposição Colombiana Mundial de 1893. Como tal, a instituição foi criada como marca registrada da entrada da cidade de Chicago nas fileiras das “primeiras cidades” do mundo, a consagrando como a “segunda cidade” dos EUA, após de Nova Iorque. Hoje, o Museu é uma das maiores instituições públicas das ciências naturais do mundo, atraindo milhões de visitantes anualmente. Ademais, o Field tem uma das principais coleções de materiais etnográficas indígenas do planeta, retratando a vida material e simbólica de povos oriundos de Alasca até Tierra del Fuego. Sua exibição etnográfica das vidas indígenas foi parcialmente organizada por Franz Boas, logo após da Exibição Colombiana e foi considerada como uma das mais importantes exibições dessa natureza na América do Norte.
No início do século XX, porém, o Museu Field iniciou um projeto para renovar sua exposição de artefatos indígenas, (re)situando os povos indígenas da região (e das américas, mais geralmente) como entidades socioculturais e políticas vivas, Assim, o Field transformou seu papel de uma agência curadora dos saberes sobre os povos indígenas, para uma facilitadora da divulgação, preservação, e (re)criação desses saberes, em parceria com os próprios povos indígenas. A exibição que resultou desse projeto – Native Truths – é, hoje, a primeira instalação de seu tipo num grande museu de história natural nos Estados Unidos. Reunindo diversos depoimentos e artefatos sobre a vigilância permanente de uma comissão composta de acadêmicos, líderes políticos, e autoridades religiosas indígenas e empregando e treinando cientistas indígenas na coleção, manutenção, e exposição dos materiais da exibição, Native Truths oferece uma clara visão dos povos nativos e suas histórias como grupos vivos e diversos no contexto de um clássico museu público das ciências naturais. Nossa apresentação retrataria, brevemente, das origens e execução do projeto, apresentando a configuração atual da exibição.