Esta comunicação busca repensar o ensino de História a partir da crítica à História Universal, que historicamente negligenciou as narrativas de povos originários e “minorias étnicas” e invisibilizou suas culturas e crenças. Inspirada por uma historiografia crítica ao eurocentrismo, a comunicação introduz os conceitos de Cosmohistória e Multiplahistoricidade, com base nas ideias de Federico Navarrete Linares, como possíveis princípios norteadores de uma metodologia pedagógica para tornar o ensino de História mais empático e inclusivo.
A pesquisa envolveu a análise do currículo de História do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp-UERJ, onde predomina uma História Universal eurocêntrica. No entanto, a autonomia docente e a aplicação do conceito de cosmohistória proporcionaram uma nova perspectiva aos educandos. O confronto entre o conceito ocidental e indígena de “território”, por exemplo, destacou a importância do ensino atento à pluralidade de realidades históricas.
A comunicação destaca as potencialidades de uma História que não seja ensinada como uma narrativa única, mas como uma interseção de diversas histórias. Postula-se que através da Cosmohistória é possível construir um conhecimento histórico empático que valoriza as múltiplas perspectivas e reconhece as vozes historicamente silenciadas. Como resultado, verificamos a construção de uma consciência histórica mais crítica e a promoção de um diálogo intercultural enriquecedor.