A virtualização das expressões artísticas, e de seus equipamentos cultuais, ganharam mais força durante o período da pandemia e pós pandemia de Covid. Essa virtualização proporcionou um novo contexto para o consumo e a produção de arte. Este trabalho propõe apresentar parte dos resultados obtidos da pesquisa ainda em andamento do grupo de pesquisa do Senac Lapa Scipião, que trabalha dentro de uma abordagem interdisciplinar (arte, antropologia e comunicação). Ao longo de doze meses o grupo composto por docentes e discentes, se debruçou sobre a bibliografia, sites de museus, além de entrevistas a profissionais e pesquisadores de arte e tecnologia sobre as repercussões das transformações das expressões artísticas, especialmente do mundo físico/material para um mundo virtual/digital, ou ainda de quando são concebidas de maneira virtual, sem seu par material. Esse movimento de fato, democratiza e facilita o acesso de vários públicos? Como se relacionam as galerias e museus (físicos e digitais ) com ambas coleções e públicos, e como as artes digitais são incorporadas às coleções?
O que acontece com a autoria e legitimidade da produção artística num sistema em que há a contribuição do público – e não apenas dos iniciados no campo das artes?
Em um ambiente em que mais pessoas podem produzir e compartilhar arte, parece haver uma falsa sensação de uma maior possibilidade de reconhecimento e crescimento como artista, mas de fato há? Os avanços tecnológicos permitem que colecionadores, curadores, artistas criem, pesquisem e adquiram obras de arte originais (físicas ou digitais) de maneira virtual, por meio de telas, sem contato físico com o artista ou a obra. Com esta possibilidade cresceu uma nova geração de colecionadores de arte que varia entre a Geração Z e os Millennials, é este mesmo grupo que se interessa em cripto-colecionáveis ou NFTs, adquirindo obras que só existem em meio digital permitindo novas formas de colaboração e experimentação