Mesa Redonda

MR.28: Pesquisas sobre cuidado e saúde: diálogos interseccionais e aportes teóricos a partir da América Latina

Coordinadores

Natália Fazzioni

UFRJ/REMA CNPq

Brasil

Eugenia Brage

Universidad de Buenos Aires - Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP);

Argentina

Participantes

Octavio Bonet

PPGSA/IFCS/ UFRJ

Brasil

María E. Epele

Investigadora principal CONICET- Professora UBA.

Argentina

Marcia Reis Longhi

Universidade Federal de Paraíba (UFPA)

Brasil

Romina del Mónaco

Instituto de Investigaciones Gino Germani, CONICET

argentina

Comentaristas

As pesquisas etnográficas sobre saúde na América Latina possuem como um de seus eixos centrais o diálogo com o conceito de cuidado, pensado tanto como uma
dimensão constituinte (ou ausente) de certas práticas profissionais, como enquanto experiência cotidiana daqueles que lidam com condições específicas de saúde e
adoecimento em seus diferentes agenciamentos. Trata-se de uma categoria resiliente e em constante disputa teórica e política e que precisa também ser pensada a partir de contextos específicos.

A proposta dessa mesa é explorar de que maneira o debate sobre o conceito de cuidado se estruturou em diálogo com elaborações sobre os processos de saúde e doença, a partir de etnografias realizadas no campo da saúde. Espera-se refletir sobre as especificidades do contexto latino-americano, como também sobre os diálogos estabelecidos com teóricos/as que figuram como centrais no debate sobre o tema, incluindo além da antropologia, os campos da sociologia, filosofia, perspectivas feministas e outras.

Resgatar os caminhos através dos quais a discussão sobre cuidado se conformou na América Latina, revela-se enquanto um exercício central no atual momento, quando nos últimos anos, o tema do cuidado ganhou maior proeminência em todo o mundo após a pandemia de covid-19. Considerando experiências históricas, marcadores sociais da diferença, moralidades, tecnologias, pluralidades terapêuticas e sistemas de saúde distintos, procura-se realizar um aprofundamento nos debates interseccionais que consideram território, nacionalida de, religião, gênero, classe, raça, etnia e outras variáveis nas proposições sobre o cuidado para pensar nos aportes oferecidos desde perspectivas localizadas sobre o cuidado, tensionando conceitos e narrativas hegemônicas.

Esta interação entre saúde, cuidados e interseccionalidades tem possibilitado novos caminhos teóricos, epistemológicos e metodológicos, trazendo discussões situadas em e a partir de contextos particulares e vozes diversas que disputam não apenas sentidos, representações e discursos biomédicos, mas, formas de produção de saúde e cuidados.